Seguidores

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O transplante de cabelos é seguro, tem complicações, há como prevení-las?

Sim. O Dr. Sandro estudou estas complicações em sua tese de mestrado em medicina pela Santa Casa de São Paulo. Descrevemos sumariamente as complicações e como prevení-las.
- Antes de tudo, deve-se diferenciar as complicações estéticas das médicas. As complicações estéticas são aquelas decorrentes da utilização de técnicas não usuais ou desatualizadas, tais como enxertos grosseiros, que resultam no aspecto de cabelos de boneca e/ou retiradas de área doadora que levem a cicatrizes muito evidentes e alopecias cicatriciais em área doadora.
- As complicações médicas são inerentes ao procedimento cirúrgico, ou seja, podem ocorrer em qualquer indivíduo. Existem predisposições raciais para certas complicações. A seguir descreveremos as possíveis complicações, sua prevenção e tratamentos.

  • Alargamento de cicatriz de área doadora. Na grande maioria de pacientes a área doadora é quase imperceptível. Alguns pacientes que realizam várias sessões podem apresentar um grau maior de alargamento desta cicatriz. Retiradas de área doadora mais curta e larga, também levam a maior grau de alargamento. A forma de prevenir esta complicação é a retirada de área doadora fina e comprida que permita fechar a área sem tensão. O tratamento para esse alargamento de cicatriz é a retirada da área alargada e fechar novamente o local.
  • Foliculite. Em alguns pacientes uma pequena porcentagem dos cabelos transplantados quando estão saindo formam pequenas foliculites (pequenos processos inflamatórios que devem ser rompidos). Numa pequena taxa de pacientes este processo é mais intenso. O tratamento e a prevenção desta foliculite é a utilização de antibioticoterapia, logo ao observarmos o fenômeno, durante todo o crescimento do cabelo. Se não tratado pode levar a perdas dos cabelos transplantados.
  • Logo após o transplante de cabelos, a área receptora fica transitoriamente sem sensibilidade. Se o paciente não tomar cuidado, atividades rotineiras como sair do carro ou passar de baixo de uma porta mais baixa pode causar ferimentos na área receptora que levarão à necrose (morte da pele) da área receptora. Quando a necrose é pequena, a cicatrização ocorre e não há perdas de cabelos. Em necroses maiores, pode ocorrer perda dos cabelos transplantados. Mesmo assim, após da cicatrização do local necrosado, o cabelo pode ser transplantado novamente. O paciente deve tomar cuidado logo após a cirurgia, prevenindo esta complicação.
  • Sangramento. Apesar de rara, pode ocorrer nos primeiros dias após a cirurgia. A compressão local por 10 minutos pelo próprio paciente é suficiente para corrigí-la.
  • Soluços. É uma complicação rara em transplante de cabelos que ocorre logo após a cirurgia, mantendo-se por horas, e soluciona-se espontâneamente.
  • Quelóide. É uma cicatriz de má qualidade em couro cabeludo. Extremamente rara, ocorre em pacientes negros. A prevenção é feita no exame clínico, no qual pergunta-se ao paciente se este tem problemas com sua cicatrização. O tratamento é feito com medicações, betaterapia, retirada desta cicatriz de má qualidade e nova sutura local.
  • Há outras complicações descritas em literatura. Se quiser mais informações entre em contato conosco. Alguns cuidados devem ser tomados para diminuir as complicações em transplante de cabelos, como colocaremos a seguir:
  • Um bom relacionamento médico-paciente. O paciente deve informar ao médico o que espera da cirurgia. O médico deve explicar detalhadamente todo o tratamento e os limites da cirurgia ao paciente. Isto é importante para não criar falsas expectativas no paciente que não possam ser alcançadas pela cirurgia. A consulta médica é imperiosa antes da cirurgia.
  • Avaliação clínica e laboratorial para avaliação da saúde do paciente. Se for encontrada alguma alteração dos exames, deve ser corrigido, para a cirurgia ser realizada com segurança. Todos os cuidados antes e depois da cirurgia devem ser expostos ao paciente, como a não utilização de medicações que possam alterar a coagulação sanguínea (aumentar sangramento durante a cirurgia).
  • A técnica cirúrgica a ser empregada pelo cirurgião deve ser atual e usual por seus pares, e ser atualizada constantemente.
  • Equipe numerosa e treinada devidamente, equipamentos específicos para a separação dos folículos e colocação destes na área receptora são imprescindíveis para o sucesso da cirurgia e diminuição do tempo cirúrgico.
  • Realização do procedimento em ambiente hospitalar. A realização deste procedimento em consultório não é segura e não deve ser realizada.
  • Avaliação pós-operatória rigorosa. O paciente deve retornar ao consultório e, se não for possível, entrar em contato relatando sua evolução e tirando suas dúvidas. O paciente deve seguir todas as orientações de cuidados e medicações dadas pelo médico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário